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Sobre o luto

Existe uma profunda relação entre o luto e a Psicanálise. Psicanálise é sinônimo de perda, uma vez que, quando crianças, perdemos aquilo que desejamos. O que era consciente, é jogado para o inconsciente e, a partir daí, vivemos uma vida inteira atrás de tal objeto perdido. São objetos, pessoas, animais, lugares, sonhos não realizados, etc. Por fim, estamos constantemente buscando aquilo que não sabemos dar nome, seja por simbolismos ou não.

Muitas vezes, uma pessoa que foi abandonada pode buscar preencher tal vazio como uma forma de negar a perda (perda de tal objeto). Negação, raiva, barganha, depressão e aceitação são mecanismos que vemos claramente em nosso cotidiano. Daí a importância da análise, pois com a mesma, a pessoa que até então negava, reagia com raiva e barganhava na tentativa de afastar a realidade da perda, começa sentir que a “ficha caiu” e, logo em seguida, vive a aceitação/acolhida. É o aceitar/acolher que promove a grande mudança, e que fará toda a diferença.

O luto também apresenta ambigüidades. Sabemos que uma pessoa viúva quando reencontra ânimo para viver um novo romance pode estar vivenciando a última etapa do luto, isto é, a aceitação. Todavia, não seria estranho também afirmar que tal romance estaria sendo uma negação da perda do objeto primário, uma vez que as transferências são uma realidade.

Mais uma vez, o luto está relacionado a todo tipo de perda. A constante busca por prazer em diversos objetos, por exemplo: a busca por uma figura paterna em diversas figuras de autoridade; o constante desejo de ser reconhecido e notado; o querer “preencher” aquele vazio sentido… Perdas que geram excessos. Dizem que “todo excesso emana de uma falta”.

E você? Qual foi a sua maior perda e em que contexto você tem visto seus próprios excessos?

Iran Oliveira Queiroz – Psicanalista.
Instagram: @iran_psicanalista
Whatsapp: (77) 98863-1864

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