fbpx

O que (ou quem) você vai ser quando crescer?

O que você vai ser quando crescer? Quem nunca ouviu essa pergunta (ou nunca a fez a uma criança), que atire a primeira pedra. Em uma escala de valores deterministas, a profissão/carreira sempre foi tratada por nós, adultos, como um cânone, um ícone avaliativo onde são predestinadas todas as condições futuras de um indivíduo: ilusoriamente, um “mapa astral” preventivo; um habeas corpus virado de ponta cabeça; uma pena capital aplicada á um indivíduo que mal sai da adolescência e que deverá carregar um fardo pelos próximos anos.

A grande lacuna aberta pelo autoritarismo de uma questão como essa, se torna, aos poucos, um gargalo existencial: “Não dá pra advogar aqui, já tem muita gente”, “Medicina é cara/difícil demais, vou fazer outra coisa”. “A cidade não me valoriza, o País não me valoriza, o MUNDO não me valoriza”- todos esses argumentos já foram ecos de centenas de milhões de vezes no mundo. Por outro lado, os indivíduos que, superficialmente são julgados(!) por serem bem sucedidos se tornam ” O Filho de fulano”, ” o cara que teve sorte”, ” o amante de fulano”, “O amigo de beltrano”… Nesse critério, alguns se tornam bem sucedidos não pelo que são mas, pelas perspectivas de terceiros, agraciados por terem ” vindo de família boa”, ou terem “casado bem”- entre outros atributos nada meritórios.

Felizmente, as novas gerações vêm quebrando paradigmas. Amparados por um esteio (consciente ou não) da modernidade líquida (ou seja, a fluidez das relações, o não achatamento em um algo que seja “para toda a vida”, o não aprisionamento, a não departamentalização), a nova geração nos soa diferente por vários sentidos. Se o déficit de atenção (aqui entendida como algo não patológico) é patente, por outro lado, o que virá nos próximos anos, é um evento migratório ininterrupto: mudar de carreira, de vida, de cidade, etc, passará em breve ser um lugar comum no cotidiano (o que na psicanálise chamamos de liberdade de escolha, ou “devir”).

Com a atualização psicanalítica no cotidiano e o resgate às “formas de reconhecer” tais como propostas por Fred e Lacan, identificar o caminho se torna cada dia, mais possível.

Ademais, leis trabalhistas terão cada vez mais flexibilidade, a busca pela aposentadoria será menos frequente, a inserção de novos conceitos, novos aplicativos de vida, novas plataformas ,etc, tornar-se-ão algo tão comum que, muito em breve, a pergunta do título será transferida para: ” QUEM você vai ser quando crescer”?

João Paulo Severo da Costa.
Instagram: @prof_joaopaulosevero/
WhatsApp: (66) 99883429

Fale Conosco