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Agressividade acentuada em ambiente hostil

Nascemos com instinto agressivo, porém um ambiente suficientemente bom apazigua esse impulso. Como nem todos têm acesso a tal ambiente, a agressividade pode ganhar força, pois a criança não se sente amada, protegida e com suas necessidades atendidas. Ela reage a essa negligência sendo agressiva e assim tem a oportunidade de descarregar a tensão, se aliviando da angústia de viver em um ambiente disfuncional.

A mãe, nossa primeira ideia de ambiente, deveria se colocar como facilitadora, como protetora dentro de uma realidade hostil. Porém, muitas vezes ela se perde nos seus próprios conflitos psíquicos e dessa forma não consegue ter o discernimento necessário para oferecer um ambiente favorável.

A criança, então, entende que ser agressivo é necessário para ser aceito e esse impulso passa ser ferramenta de comunicação. O ambiente que nos é oferecido é incorporado e nos tornamos reflexo dele, tendo a certeza que só assim seremos respeitados. Nos adaptamos a realidade oferecida e consequentemente reagimos ao ambiente introjetando palavras e repetindo comportamentos de maneira inconsciente. Se esse ciclo repetitivo não for quebrado podemos levar por toda vida adulta. A influência do superego pode trazer maior parcimônia para lidar com o outro nas relações, porém nossa pulsão de morte estará frequentemente latente em busca de nossa própria destruição.

Somos divinamente dotados de espontaneidade, mas dependemos do ambiente, pois isso direcionará todo nosso comportamento futuro, seja ele bom ou ruim. Quando algo inibe esse potencial inato infelizmente o que vai “falar mais alto” é nosso potencial agressivo. E assim vamos vivendo de uma maneira quase que predestinada, acompanhados de um falso self até descobrirmos que podemos ter acesso a um novo EU, a um novo self (o verdadeiro), tomando posse do livre arbítrio e sendo capazes de mudar nosso destino.

É impossível passar ileso de um ambiente insuficientemente bom, mas podemos passar por ele nos desenvolvendo e nos reconstruindo com uma nova perspectiva. Somos resultado final de uma equação complexa, mas podemos usar alguns elementos dessa mesma equação para construir uma nova equação e ter nosso resultado final autêntico. O percurso analítico pode nos aproximar da saúde psíquica, e dessa forma poderemos enfim ressignificar tudo que vivemos.

Lucilene Mello – Estudante de Psicanálise
Instagram: https://www.instagram.com/leny_invistaemvc/

 

Uma resposta

  1. Olá, Leny. Deixo aqui algumas provocações pra você.
    Será que realmente somos capazes de ressignificar tudo? Se, como lembra Lacan, o desejo do sujeito é o desejo do Outro, será que temos controle sobre nossos atos e pulsões a ponto de chamar esse processo de LIVRE arbítrio? Sigamos em frente! Abraços 😗

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